![](http://visiovet.com.br/wp-content/uploads/2023/08/exame-de-raio-x-cranio-cachorro-valores.jpg)
Palestra realizada pelo Dr. Bernardo De Caro Martins, médico veterinário especialista em neurologia, no Visiovet, dia 14 de abril, abordou a utilização da tomografia computadorizada (TC) na neurologia veterinária.
O Dr. Bernardo apresentou casos práticos que ilustram a importância do uso da TC no diagnóstico neurológico de animais.
Brutos, um cão Rottweiler de 8 anos, começou a perder os movimentos das patas traseiras (membros pélvicos) e a sentir muita dor ao ser tocado. O exame neurológico permitiu localizar a lesão na medula espinhal toracolombar e, com a ajuda da TC, identificou-se uma compressão dorsal, decorrente provavelmente de um tumor, chamado meningioma.
Esse diagnóstico assertivo foi possível por uma conjunção de fatores: análise clínica apurada, realização dos exames adequados e interpretação correta das imagens.
“É extremamente importante que o profissional faça um exame clínico-neurológico apurado para definir a localização anatômica da lesão e fazer a solicitação do exame tomográfico da região lesionada. Assim, quando – e se – pedir a TC, poderá encontrar na imagem o diagnóstico final”, explica Dr. Bernardo. Com um pedido de exame mais específico, o radiologista que realizará a TC conseguirá analisar a região com mais precisão.
O primeiro passo para chegar a um diagnóstico conclusivo com o auxílio da tomografia é conhecer o histórico do animal e os sinais que ele apresenta, para a definição da localização anatômica da lesão e dos principais diagnósticos diferenciais (inflamatório, neoplásico, vascular, trauma, intoxicação, metabólico, anômalo ou degenerativo). Isso dará subsídio para a solicitação ou não da tomografia, que é um exame de grande importância, principalmente para as lesões no sistema nervoso central. “Com um diagnóstico assertivo, é possível tratar o animal da melhor forma, seja com medicação ou associado a procedimento cirúrgico”, completa.
Estudos de caso
Um caso em que a TC se mostrou bastante importante foi o da cadela boxer Kika, de 9 anos. Ela apresentava crises epilépticas generalizadas tônico-clônicas, obnubilação e andar em círculos para direita, de forma progressiva. A avaliação neurológica permitiu identificar uma lesão assimétrica na região prosencefalica (cerebral) direita em que os principais diagnósticos diferenciais foram a neoplasia e um processo inflamatório/infeccioso. O exame de tomografia identificou uma massa encefálica que sugeria um processo neoplásico.
Para o tratamento do beagle Caju, de 6 anos, a TC também foi solicitada e se mostrou fundamental para que ele estivesse curado 10 dias depois do procedimento cirúrgico. Ele sentia muita dor ao ser tocado e tinha um quadro de tetraparesia, não conseguindo ficar em pé. Localizou-se a lesão na medula espinhal cervical e os principais diagnósticos diferenciais foram discopatia, neoplasia ou um processo inflamatório/infeccioso. A tomografia foi essencial para o diagnostico definitivo de discopatia e para localização exata do local da abordagem cirúrgica. O cão foi operado e não apresentou mais problema